O conflito que existe na Síria atualmente tem várias vertentes, mas a religiosa é uma das mais influentes e ajuda a explicar muito do que se está acontecendo por lá.
A Síria possuí vários grupos étnicos e religiosos. Cerca de 75% da população é sunita, mas o regime está solidamente nas mãos da minoria alauita a qual pertence a família Assad, um ramo do Islão xiíta, cujos fiéis constituem cerca de 10% da população que são principal alvo dos rebeldes de inclinação mais sectária. São consideradosheréticos por extremistas muçulmanos.
O atual conflito é uma luta pelo poder entre sunitas, que formam a esmagadora maioria da oposição, e os alauitas que temem o que lhes pode acontecer caso o regime caia.
Em meio a este conflito estão os cristãos, que constituem outros 10%, divididos entre diversas denominações. Tradicionalmente os cristãos têm estado próximos do regime, enquanto a Síria estava em paz e era um dos locais mais seguros para os cristãos viverem, uma vez que interessava ao regime impedir o surgimento de qualquer expressão de fundamentalismo islâmico.
Devido a essa ligação, muitos cristãos temem represálias ou o caos que poderá dar origem a uma mudança de regime. Já tem acontecido relatos de perseguição a cristãos por parte da oposição a Assad e em algumas aldeias os cristãos têm-se visto obrigados a coligar-se com os alauitas para se defender.
Mas a situação na Síria não tem só implicações internas. Os principais países da região têm interesses pelo que lá acontece com a Turquia e a Arábia Saudita, importantes potências sunitas, a apoiar claramente a oposição a Assad e o Irão, a grande potência xiita, interessada em manter o regime no poder.
Que peso tem a religião nos atuais conflitos?
A religião se tornou uma arma de mobilização popular em uma batalha que é, acima de tudo, política. Em uma região onde as fronteiras nacionais são resultado do jogo de equilíbrios entre as potências coloniais, a atribuição religiosa é frequentemente o elemento de identidade mais forte.
Por trás de alguns dos conflitos atuais se esconde a velha rivalidade entre o Irã e a Arábia Saudita pela supremacia na região do Golfo Pérsico. Essa dinâmica também é evidente no Iraque, de maioria xiita, mas tradicionalmente governado por uma elite sunita, e que o Irã quer transformar em um “satélite”. O fato de o reino saudita ser o berço da intransigente escola wahabista, que considera os xiitas hereges, só coloca mais lenha na fogueira. Isso também ocorreu com o surgimento no tabuleiro geopolítico do jihadismo sunita, primeiramente com a Al Qaeda e agora com o Estado Islâmico – para quem os xiitas são infiéis que precisam ser erradicados e contra quem estenderam o combate.
Percebemos então o quanto a religião está envolvida nos conflitos na Síria. É importante saber desses detalhes que não sejam confundidas as motivações e os envolvimentos religiosos na guerra. Muitas pessoas tendem a generalizar os religiosos da Síria e apontam os refugiados como terroristas do EI.
Informações retiradas dos sites:
https://www.google.com.br/amp/brasil.elpais.com/brasil/2016/01/03/internacional/1451843662_491050.amp.html
http://www.cpadnews.com.br/universo-cristao/28614/perseguicao-religiosa-e-a-causa-das-principais-guerras-no-mundo-hoje.html
https://www.google.com.br/amp/s/fernandonogueiracosta.wordpress.com/2013/02/15/conflito-historico-religioso-na-siria/amp/
Por: Maiara Fiel
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